Branca de Neve

O primeiro conto a ser adaptado pela Disney, Branca de Neve não tem os sete anões acompanhando o título do conto original. Transcrito pelos irmãos Grimm no século XVIII, o conto já era popularmente famoso antes disso por todo o simbolismo que trazia para a época.

Algumas histórias na qual os Irmãos basearam sua escrita traz não uma madrasta, mas uma mãe que não aguenta competir com a jovialidade da filha. A mãe de Branca de Neve era uma mulher extremamente vaidosa, e ao perceber que sua filha estava crescendo bela e graciosa, manda que um caçador a mate e lhe traga todos os seus órgãos para que lhe seja feita uma sopa, que manterá sua beleza eterna. Porém, o caçador apieda-se da pobre criança, sim, Branca de Neve era apenas uma criança, e a deixa fugir, levando órgãos de um animal para enganar a Rainha. Branca de Neve cresce na floresta, amparada por camponeses. Alguns anos depois a Rainha descobre que Branca está viva e morando na floresta, e disfarçada de idosa envenena uma maçã para matar a jovem, porém, Branca de Neve é despertada pelo beijo do Príncipe que encontra seu corpo. Os dois se apaixonam à primeira vista e ele a pede em casamento. No dia da cerimônia, a mãe de Branca de Neve aparece na festa, e para vingar-se da Rainha Má, a princesinha, não mais tão inocente, faz com que a mãe dance em sapatos de ferro aquecidos em brasa até a morte.

 

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Em outra versão do conto popular, o Príncipe encontra a Princesa caída na floresta e se apaixona pela beleza singular da jovem. Não conformado em ter que enterrá-la, o rapaz manda construir um caixão de vidro, no qual ele deita a princesa e faz com que um vassalo carregue-a para cima e para baixo nas dependências do castelo. Cansado e cheiro de dores por carregar o caixão o tempo todo, o servo retira Branca de dentro do caixão e em um rompante de raiva a surra. Com um dos chutes dado em seu estômago, a princesa cospe fora o pedaço da maçã que havia engolido e acorda.

 

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Na versão dos Irmãos Grimm a mãe de Branca de Neve era uma bondosa Rainha, que rezava a Deus para ter uma filha, e desejava que a menina fosse branca como a neve, vermelha como o sangue e negra como o ébano. Branca de Neve nasceu com a pele branca como a neve, seus lábios vermelhos como o sangue e seu cabelo negro como ébano. Porém a rainha morreu após o nascimento da bela criança, e alguns anos depois seu pai casou-se novamente. A nova rainha era uma belíssima mulher, mas em seu coração era perversa e má, arrogante e extremamente orgulhosa… Ela possuía um espelho mágico, ao qual sempre perguntava:

“Espelho, espelho meu, existe outra mulher mais bela do que eu?”.

Ao que o espelho respondia:

“Não, minha Rainha. Sois de todas a mais bela”.

E assim a Rainha sentia-se satisfeita. A mulher odiava a pequena Princesa, e fazia de tudo para que a criança sofresse. A menina completou sete anos, e tornou-se tão bela quanto o dia e a noite. Até que um dia a Rainha perguntou ao seu espelho:

“Espelho, espelho meu, existe outra mulher mais bela do que eu?”.

Ao que o espelho respondeu:

“Ó minha Rainha, sois muito bela ainda, mas Branca de Neve é mil vezes mais linda!”;

O coração da Rainha se encheu de tanto ódio e inveja, que imediatamente mandou que chamassem o caçador e ordenou-lhe que levasse a menina para a floresta e a matasse, trazendo seus pulmões e seu coração como prova. O caçador assim o fez, porém na hora da morte, a pobre menina pediu clemência, e apiedado por seu nobre coração, o homem libertou a menina e levou até a rainha os órgãos de um javali que passava por ali.  Branca de Neve fugiu para a floresta e lá encontrou uma casinha onde tudo era pequeno e de cada coisa haviam sete. Ela entrou, comeu, e deitou-se para dormir. Ao acordar deparou-se com sete anõezinhos, que, como todas as pessoas do mundo, também ficaram encantados com sua beleza. Eles lhe permitiram ficar, desde que ela lavasse, cozinhasse e arrumasse a casa para eles. Com o tempo os anões se afeiçoaram muito a Branca de Neve. A menina a medida que crescia tornava-se cada dia mais bela.

Um dia a Rainha perguntou a seu espelho:

“Espelho, espelho meu, existe outra mulher mais bela do que eu?”.

Ao que o espelho respondeu:

“És sempre bela, minha cara Rainha, mas na colina distante, por sete anões cercada, Branca de Neve ainda vive e floresce, e sua beleza jamais foi superada”.

Ao ouvir isso, e sabendo que o espelho nunca mentia, a Rainha concluiu que o caçador lhe havia mentido. Imediatamente começou a maquinar uma maneira de acabar com a vida da jovem princesa, pois jamais poderia ser feliz não sendo a mais bela entre as mulheres. Então a após muito pensar, a Rainha desenvolveu seu plano. Ela disfarçou-se de uma senhora idosa e foi até a cabana dos anões na floresta. Ao ver Branca de Neve, a velhinha lhe ofereceu um lindo cadarço de seda ao qual a menina adorou. A velha então amarrou o cadarço sob o peito da jovem e apertou com tanta força, que a menina ficou sem ar e caiu “morta” no chão. Ao chegarem em casa, os anões ficaram desesperados, e começaram a mexer na menina. Eles retiraram a fita do peito da Branca e ela voltou a respirar. Os anões instruíram a princesa a não falar mais com estranhos.

Ao chegar no castelo a Rainha perguntou ao espelho:

“Espelho, espelho meu, existe outra mulher mais bela do que eu?”.

Ao que o espelho respondeu:

“És sempre bela, minha cara Rainha, mas na colina distante, por sete anões cercada, Branca de Neve ainda vive e floresce, e sua beleza jamais foi superada”.

O sangue da Rainha gelou e a fúria lhe acometeu. Ela então pensou que dessa vez deveria ter uma ideia mortal. A Rainha confeccionou um pente envenenado e disfarçou-se de velha novamente. Chegou a casa dos anões e dessa vez Branca de Neve não queria abrir a porta, mas após alguma conversa, a menina rendeu-se a idosa. A velhinha colocou o pente em seus cabelos e a Princesa caiu “morta”. Ao chegarem em casa, os anões caíram no pranto, e remexeram a menina, até que descobriram o pente em seus cabelos e o retiraram, e Branca voltou a vida. Os anões mais uma vez advertiram a garota “Não fale com estranhos e não compre ou aceite nada”.

Ao chegar no castelo a Rainha perguntou a seu espelho:

“Espelho, espelho meu, existe outra mulher mais bela do que eu?”.

Ao que o espelho respondeu:

“És sempre bela, minha cara Rainha, mas na colina distante, por sete anões cercada, Branca de Neve ainda vive e floresce, e sua beleza jamais foi superada”.

A Rainha então trancou-se em sua torre, onde ninguém jamais entrara, onde haviam seus feitiços e suas poções. Criou um veneno poderoso, que os anões jamais descobririam, e o colocou em uma maçã. Disfarçou-se de velha e foi encontrar a menina. Esperou na floresta até que os anões fossem trabalhar e chamou por Branca. Com uma cesta cheia de maçãs, ofereceu algumas para a garota, que prontamente recusou, lembrando da recomendação dos anões. A velinha insistiu e disse a Branca:

“Está com medo de que esteja envenenada? Veja, vou partir a maçã ao meio. Você come a parte vermelha e eu como a branca”.

A bruxa havia feito a maçã com tanta perícia, que apenas a parte vermelha carregava o veneno. Após dar uma mordida na maçã, Branca de Neve perdeu a desconfiança da pobre velha e mordeu a maçã, caindo “morta” imediatamente.

A Rainha foi embora e ao chegar em seu castelo foi direto a seu espelho:

“Espelho, espelho meu, existe outra mulher mais bela do que eu?”.

Ao que o espelho respondeu:

“Não, minha Rainha. Sois de todas a mais bela”.

Então a mulher teve certeza de que Branca de Neve finalmente morrera, e finalmente seu coração invejoso ficou em paz, tanto quanto um coração invejoso pode ficar em paz.

Ao cair da noite os anões voltaram para casa e encontraram Branca de Neve caída. Eles de tudo fizeram, tudo procuraram, mas nada puderam fazer para despertar a moça. Entristecidos e de coração partido, os anões não foram capazes de se despedir da Princesinha, e lhe fizeram um caixão de vidro, tão belo quanto a menina, e rodeada de flores a colocaram. Na tampa do caixão esculpiram letras douradas que diziam que a menina fora filha de um Rei e a colocaram no topo de uma montanha, com um dos anões sempre a vigiá-la, para que nada lhe acontecesse. O tempo passou, mas o corpo de Branca de Neve continuava intacto, com sua beleza resplandecente, parecia que a menina estava apenas dormindo.

 

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Um dia um Príncipe soube da menina adormecida no topo da montanha, e foi até lá. Ao olhar para Branca de Neve, apaixonou-se de imediato, e pediu para os anões que lhe vendessem o caixão com Branca de Neve, ao que os anões lhe responderam que por nenhuma riqueza do mundo trocariam a jovem bela a quem tanto amavam. Então o Príncipe em prantos lhes implorou que lhes deixassem cuidar dela, pois ele a amava de todo o coração, e não poderia mais viver sem ela. Ao ouvir isso, os anões se emocionam e permitem que o Príncipe a leve, porém, ao erguer o caixão e começar a caminhada, um dos criados do príncipe dá um solavanco em uma pedra e o pedaço de maçã que estava emperrado na garganta de Branca sai, e a jovem volta a vida.

Emocionado, o Príncipe conta a Branca de Neve toda a história e pede-lhe em casamento. As núpcias foram celebradas com imenso esplendor, e até a Madrasta de Branca de Neve fora convidada. A mulher vestiu belas roupas, plantou-se diante do espelho e disse:

“Espelho, espelho meu, quem é de todas a mais bela?”

Ao que o espelho respondeu:

“Ó minha rainha, sois muito bela ainda, mas a jovem rainha é mil vezes mais linda”.

A Rainha Má quase enlouqueceu sem saber o que fazer. Ao fim das contas resolveu ir ver quem era a mulher que julgavam ter maior beleza que a sua.

Ao chegar diante do palácio, a Rainha Má deparou-se com Branca de Neve sentada ao trono, e ficou tão pasma que não pode se mexer. E sapatos de ferro, aquecidos em brasa lhes foram apresentados. A mulher não pode recusar: calçou-os e dançou com eles até cair morta.

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